sábado, 25 de abril de 2009

Playmobeatles


Falar do Gansão no Almoxarifado me fez puxar na memória um caledoscópio de lembranças de todas as formas e de todas as cores. Fui voltando no tempo, sorrindo sozinho, suspirando baixinho por conta de um monte de coisas boas da minha pré-adolescência.
Sou péssimo em datas. Lembrar em que ano fiz tal coisa ou quando conheci tal pessoa é uma tarefa impossível de ser realizada, mas com certeza, foi na pré-adolescência que conheci o Ganso, que, alías, ainda nem tinha esse apelido, e era conhecido como fora batizado – Alexandre Coppio Ramos.
Pois bem, lá pelos meus 13 ou 14 anos travamos o nosso primeiro contato. Morávamos no mesmo bairro, estudávamos na mesma escola e não nos conhecíamos. Foi quando eu tomei pau, ou seja, quando me transformei em repetente na 5ª série que descobri meu “vizinho distante”.
Assim que começamos a nos encontrar fora da escola, uma das cenas que mais me marcou neste início de amizade foi quando, numa tarde, entrei pela primeira vez no quarto do Ganso e me deparei com uma imagem e uma constatação maravilhosa: O Gansão era o feliz proprietário de uma fantástica coleção de carrinhos Matchbox e outra enorme coleção de Playmobil.
Pausa
Explicação técnica para minha filha: Jú, Playmobil é o que você conhece hoje por LEGO, só que muito mais legal.
Explicação técnica para o Felipe: Fefeu, Matchbox é o que você conhece hoje por Hot Wheels, só que muito, mas muito mais legal.
Fim da pausa

Que coisa mágica é esta de ter 12, 13,14 ou 15 anos. Mais uns quatro ou cinco anos estaríamos nos alistando no exército, porém, guardávamos no castelo de nosso quarto, as riquezas de nossa infância – carrinhos, bonecos, jogos de botão e de tabuleiro, canetinhas Sylvapen e mais um monte de badulaques, que anos mais tarde iríamos morrer de saudade.
Pois bem, voltando à imagem do quarto do Ganso, lembro também que, além ficar hipnotizado tanto com a coleção, quanto com o cuidado que o tesouro era guardado, me senti aliviado porque também no meu castelo existiam tesouros parecidos com os dele. No meu quarto moravam um ou dois bonecos do Falcon, espadas de plástico e mais um monte de cacarecos infantis que resistiram ao tempo e estavam ali ocupando espaço sem se incomodar com as minhas mudanças hormonais e os “desafinos” de voz do pseudo rapazinho que começava a ganhar espinhas, a usar desodorante e a ver crescer os primeiros cabelos embaixo do braço.

Ainda com estas riquezas dividindo espaço no quarto iniciamos a fase de “curtir um som”. Foi quando descobrimos os Beatles e aos poucos fomos esquecendo dos brinquedos e coleções antigas...
Que a imagem que ilustra este post me faça lembrar sempre das boas fases da vida, deste rito de passagem da infância para a adolescência, que mistura playmobil com beatles, coloca até tudo junto e, de alguma maneira, por não nos desixar esquecer, nos deixa pra sempre meninos!!!

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