domingo, 31 de maio de 2009

AS AVENTURAS DE JIM KOLLIMAN


Com vocês, o 1º capítulo do instigante, eletrizante e magnífico conto da promissora, criativa e fantástica autora Júlia Pasquarelli. Em breve nas melhores livrarias do país e, em seguida nas melhores salas de cinema do mundo

''AS AVENTURAS DE JIM KOLLIMAN"


Jim Kolliman é um pesquisador que ainda não ficou famoso, mas um dia ele ainda vai ficar, pode ter certeza disso. Um dia Jim foi chamado para começar uma grande pesquisa lá no Himalaia.
Quando ele chegou no aeroporto da pequena cidade onde os pesquisadores estavam foi recebido por um cara muito bem vestido, ele estava usando terno e um chapéu daquele que pilotos de avião usam.
Quando Jim chegou perto dele o cara do chapéu disse:
-Olá sr. Kolliman, sou Gery seu ajudante,como o senhor só poderá dar entrada no hotel ao meio dia eu irei te acompanhar a um pequeno passeio a cidade de Maragoia.
Jim estava tão entusiasmado com aquilo que som algum saiu de sua boca pois nunca tivera um ajudante antes.

Gery ficou olhando para ele por dois segundos esperando que Jim dissesse alguma coisa mas como ele não falou nada Gery prosseguiu:
- Siga-me por gentileza.
Então os dois foram andando até a porta do aeroporto quando a porta se abriu lá estava uma pequena limusine que levaria Jim até o centro de pesquisa,mas antes, Gery levou Jim para fazer um passeio por aquela pequena cidade gelada.
Primeiro, eles passaram por uma vila, os habitantes pareciam muito amigáveis,não só pareciam como eram,Gery explicou a Jim que os moradores da cidadezinha tinham uma série de tradições, uma delas é fazer uma fogueira e contar as lendas e histórias que ouviram ou inventaram. (CONTINUA)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Antes que maio termine


Textos inspirados deixam a gente sem chão, pegam de surpresa. Parece uma reza, uma prece. Foi assim, me senti orando, quando li mais este poema da trupe do Tetro Mágico.


Minha senhora,
És de lua e beleza
És um pranto do avesso
És um anjo em verso
Em presença e peso

Atrevo me atravesso
Pra perto do peito teu
Teu sagrado em tua besteira
Teu cuidado em tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida

A música que casou
Com um certo surto que não veio
Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com o resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço


Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa é...
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa...

Minha senhora diz:
Bons ventos para nós
Para assim sempre
Soprar sobre nós...

As borboletas e o egoísmo



Há uma semana, nos fundos do escritório, geralmente durante a manhã, enquanto trago a fumaça de meu cigarro venho reparando num casal de borboletas. Às vezes, a dupla voa em conjunto, sem nenhuma sincronia, mas com uma graça de tirar a concentração. Outras vezes, uma fica pousada numa pedra, na parede, enquanto a outra saracoteia leve, iluminada pelo sol gostoso das manhãs de outono.

Fico olhando. Apago o cigarro e antes de voltar pra minha mesa, a imagem colorida já desapareceu, mas fez um bem danado. É muito diferente!!! Acho que as borboletas, estão no ranking de imagens mais reproduzidas do planeta. Elas estão marcadas pra sempre nas costas, nos pés, nos ombros em forma de tatuagens. Estampam camisetas, ganham formas metálicas em brincos, anéis e colares. Estão em paredes de quarto de meninas e sempre atuam como coadjuvantes ondes existam desenhos de fadas, flores, árvores, enfim estão em qualquer tentaviva de demonstração de paraíso.

Mas em nehuma destas demonstrações artísticas se consegue captar a leveza de se ver uma borboleta "ao vivo". Acho que é como olhar um bebê...quando olhamos um bebê, instintivamente sorrimos. Ao ver uma borboleta, sem perceber, a gente fica, por uma fração de segundos, egoísta... a gente pensa em sorte, pensa em poesia, pensa em ser (mais) feliz, pensa em bons fluídos. Mesmo querendo todas estas coisas boas só pra gente, este sentimento egoísta, dura pouco... passa rápido, quase não dá pra acompanhar...assim como o bater das asas deste inseto colorido.

Acho que foi por isso que, antes de chegar à minha mesa, já estava pensando em outra coisa, mas foi tão bom.......ser egoísta por inspiração de duas borboletas.

Hoje de manhã, não fui pros fundos do escritório....Cheguei e comecei a trabalhar e, de repente, pela janela da minha sala entrou voando em soluços uma das metades do casal. Voou, leve e atrapalhada, mas bela e graciosa e pousou na parede.

Tive pensamentos egoístas... Suspirei e logo já estava de volta ao trabalho.

Denise, jornalista que empresta seu talento para o escritório, chegou até a porta da minha sala perguntou ou respondeu alguma coisa sobre o trabalho e, antes de sair, viu o bichinho pousado. Instintivamente soltou um "olhaaaaaa!!" daqueles bem longos e calmos....deu um sorriso para ela mesma, se virou e voltou para sua mesa....com certeza voltou pensando em sorte, em poesia, em felicidade....com certeza foi mais uma pessoa que, inspirada e "fisgada" pelas borboletas praticou um egoísmo do bem. Sorte de quem viu as borboletas antes que elas pusassem em outro lugar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Tempo




Seria injusto culpar a falta de tempo. A razão não é esta, mas como explicar passar tanto tempo sem cuidar do Almoxarifado? Nestas horas, busco um monte de justificativas e quase sempre não encontro a resposta.

Posso me pegar "debitando" a culpa no signo de libra e suas características, posso culpar o excesso de trabalho, de preocupações que não serão resolvidas tão cedo, posso culpar a preguiça e até mesmo o interesse repentino por outra coisa mais interessante. Mentira!!

Nestes últimos dias, o fato de não escrever no Almoxarifado me apurrinhou, me incomodou. Foi quase uma recaída. Assim como não organizei as "caixas" deste lugar, deixei de dar atenção a quem eu gosto, deixei de fazer por inteiro minhas obrigações, sofri por não administrar melhor o meu tempo. Isso sempre acontece, é recorrente.

Mas cá estou eu!! Retomando minha auto-análise. Não abandonei a idéia original do Almoxarifado. Aliás, deveria começar este texto como aqueles depoimentos dos grupos dos alcóolicos anônimos:

_ Olá, meu nome é Júnior. Sou um desorganizado e há dez dias não deixo de escrever no meu blog!!

Mas, se existe um lado positivo nas recaídas é que elas passam. Elas terminam por uma série de motivos. Seja por um conselho, por uma conversa, por uma troca de olhar ou até mesmo por uma necessidade de confissão, ou seja, a indescrítivel sensação de alívio que ajoelhar na janeilinha do confessionário e soltar o verbo deve provocar nos católicos praticantes.

Fui impulsionado por um pouco de cada um destes motivos e cá estou eu nesta eterna batalha de conviver com o tempo, o meu tempo. Estou de volta!!

domingo, 3 de maio de 2009

Picicodériqui

Enquanto a Jú esteve curtindo o acampamento durante o feriadão, além do silêncio e do vazio que a gente parecia conseguir enxergar, fiquei buscando alguma coisa para me aproximar ainda mais das nossas crias.
Nestes momentos, tudo, exatamente tudo, serve para "anestesiar" a saudade. Ficamos, eu e o Felipe, arrumando coisas pra fazer e até que, de repente, parei para prestar atenção em algo que há pelo menos três anos passa diante dos meus olhos e eu nunca dei a devida importância.

Sempre gostei de olhar e viajar nos desenhos feitos pelos artistas da casa. Eles adoram criar, pintar e desenhar. Qualquer pedaço de papel serve de cenário para um novo monstro do Felipe ou uma nova história da Júlia.
Mas, eu nunca reparei no enorme acervo que os dois produziram no computador. Seja no "paint" ou fazendo colagens, a dupla tem um caleidoscópio de lindas imagens, mensagens e declarações de amor que saem de suas cabecinhas e de seus corações.

Tão lindas e intrigantes quanto as imagens criadas, são os títulos das obras de arte. A imagem que abre este post foi batizada de "Picicoderiqui". Onde a Júlia foi buscar inspiração e referência para batizar esta imagem?? O que será que ela leu ou ouviu sobre o universo pisicodélico?? Coisas da Jú, do senso estético, do seu bom humor e da sua cabecinha fervilhante e atenta a tudo e a todos.

Seguindo mais adiante e conhecendo um pouco mais da galeria dos dois me deparei com um "belo quadro" do Felipe chamado "Papaus". Não tenho a mínima idéia do significa, mas as cores e as formas me lembram uma tenda de circo que lembra alegria e foi exatemente isso que o Felipe conseguiu me passar.
Belos e talentosos artistas!!



Óbvio

Falar sobre o óbvio é muito mais difícil do que resolver um problema de física quântica, mas faz um bem danado.
Então, vamos ao óbvio!! Sem medo, sem pudores e obviamente sem censura.

Na última sexta-feira a Júlia embarcou para um acampamento, vai se esbaldar e voltar com um monte de fotos e histórias pra contar. É óbvio, que a casa está maior e mais silenciosa sem a presença dos olhos azuis e da meiguice da minha eterna “Juca”.
Ela está pertinho daqui e volta no domingo, mas deixou o feriado longo demais e, eu e o Felipe, os homens da casa, perdidos e sem canto. Mas, nada é mais esperado do que o calor do abraço que iremos receber quando ela voltar. Adoro a saudade óbvia dos reencontros!

A Dona Dinah também está pertinho daqui, mas, é óbvio que, com o passar dos anos, a situação se inverte. Agora é o filho que se preocupa com a mãe. Obviamente que preocupação de filho é muito mais dramática, afinal não temos experiência e nem sabedoria para “cuidar” de quem nos conduziu a vida toda. Uma inversão de valores que transforma um resfriado num drama, uma queda, um tombo numa catástrofe. Mas, no dia seguinte quando ela diz “já estou bem melhor”, o alívio toma conta do dia. Adoro o alívio óbvio das boas notícias!

É óbvio que, desde que o mundo é mundo, textos, cartas, mensagens por pombo correio, telex, telefonemas, fax, email e blogs não “matam” a saudade de ninguém e muito menos tranqüilizam por completo quem está aflito.
Porém, também é óbvio que, mesmo à distância, todo “atalho” utilizado para encurtar este caminho, se não “matar”, pelo menos irá “anestesiar” esta saudade.

Passei este sábado anestesiando a saudade e usando atalhos mágicos para ficar pertinho de tudo o que me faz bem. Não parei de pensar no timbre da voz, do jeito de olhar, do jeito de andar, lembrei de vários detalhes e até comprei um presente pra esperar o reencontro. Mesmo sem ter o que mais queria... o contato, o cheiro, o aperto do abraço e a visão do sorriso, é óbvio que fiquei feliz, o que obviamente, me fez querer guardar mais esta caixinha no meu Almoxarifado.