terça-feira, 28 de abril de 2009

Hoje de manhã

Hoje, antes de chegar ao escritório, meio sem querer, me peguei fazendo duas coisas que deixaram o meu dia muito melhor do que os anteriores. Saí de casa e fui entregar uma encomenda áudio-visual na casa do Marquinhos e da Patilu.
Por ser também a casa do Pedro, que atualmente ocupa o cargo de “ senhor do tempo”, o dia na casa estava apenas começando. Explico, um pouco gripado, o Pedroca fez vigília e resolveu passar a noite vendo os pais acordados.
Marcos e Patilu com uma bruta cara de sono e o Pedroca alto astral e distribuindo sorrisos de bom dia pra todo mundo.
Então, eu ganhei vários destes sorrisos e parti para o escritório feliz da vida. No caminho, dirigindo, reparei que a manhã de hoje estava especialmente diferente. O sol, como numa típica manhã de outono, dava um brilho aconchegante no verde, no azul, no marrom e até o preto do asfalto brilhava diferente.
Um ventinho aquecido entrava pela janela do carro e deixava tudo muito esquisitamente perfeito. Chegou até dar medo. Muito tranqüilo, lindo, calmo e sereno pra ser verdade.
Por conta destas diferenças matinais, resolvi fazer outro trajeto para o escritório, mudei a rotina do meu caminho e subi a avenida Anchieta. No topo do Pôr do Sol, olhei para a esquerda e me deparei com o Banhando com um tom de luz muito suave, mas ao mesmo tempo intenso.
Deve ser assim na maioria das manhãs de outono, o difícil é prestar atenção, botar reparo e respirar um pouco desta imagem.
Foi o que fiz, já havia recebido um monte de sorrisos que nem esperava mesmo, porque não parar dois minutos e aproveitar para contemplar o “jardim” de São José dos Campos.
Fiquei sem graça e com a sensação que todo mundo estava me olhando, me achando um vagabundo que ainda não estava no escritório, quando desci do carro com uma máquina fotográfica. Pensei faço uma foto e depois guardo no Almoxarifado.
Na verdade quando fiz a foto pensei em escrever alguma coisa sobre São José, uma cidade que já começa a andar depressa demais pro meu gosto, mas que ainda não perdeu seus encantos de província.
Mas um registro sobre San Jose de Los Fields fica pra outro dia. A manhã de hoje, fez valer o resto dia.
Muito boa a sensação de prestar atenção nas coisas que passam desapercebidas. Uma simples visitinha de médico me tatuou sorrisos e me deixou com cheiro de bebê. Um olhar mais atento fez parar para dar cinco minutos de atenção para o Banhado.
Coisa boba, coisa sem muita importância, mas é assim que vai ser daqui pra frente.....já que as coisas importantes nunca vão deixar de acontecer, e as coisas bobas somem e prometem nunca mais voltar se a gente não parar para mordiscar o pezinho de um bebê e nem olhar pro lado enquanto estivermos dirigindo pro trabalho.
Uma manhã abençoada pelo meu xará.....São José

domingo, 26 de abril de 2009

Poema que se escreve com os olhos



Sempre acompanhei com uma certa “inveja branca”(aquela admiração, aquele sentimento do bem), o trabalho dos repórteres fotográficos. Eles são os únicos que, no meio da correria das redações, tem a chance de extrair algum sentimento de uma cena.
Enquanto repórteres ficam engessados aos fatos e narram o acontecido de maneira crua e simples, os fotógrafos apontam suas lentes e buscam pintar um quadro. O resultado é variável, pode chocar, emocionar, indignar e até mesmo arrancar umas gargalhadas, enfim, o fato é que o fotojornalismo é poema que se escreve com uma lente e um olhar atento.

Enquanto estive nas redações não tive o prazer de trabalhar com o Luciano Coca, apesar de conhecer e acompanhar o seu trabalho nas páginas dos periódicos. Nosso contato se estreitou depois que a Verbal/Alameda passou a existir. Dia desses, o Coca me enviou algumas imagens que podem ilustrar um trabalho de um cliente. Trata-se de um projeto independente. Há 11 anos, o Coca registra, por puro prazer, as cores, a magia e os semblantes das pessoas que participam da Festa do Divino, em São Luís do Paraitinga.

O resultado é que cada foto é uma estrofe de um emocionante poema que só os fotógrafos de corpo e alma sabem e podem “escrever”.

sábado, 25 de abril de 2009

Playmobeatles


Falar do Gansão no Almoxarifado me fez puxar na memória um caledoscópio de lembranças de todas as formas e de todas as cores. Fui voltando no tempo, sorrindo sozinho, suspirando baixinho por conta de um monte de coisas boas da minha pré-adolescência.
Sou péssimo em datas. Lembrar em que ano fiz tal coisa ou quando conheci tal pessoa é uma tarefa impossível de ser realizada, mas com certeza, foi na pré-adolescência que conheci o Ganso, que, alías, ainda nem tinha esse apelido, e era conhecido como fora batizado – Alexandre Coppio Ramos.
Pois bem, lá pelos meus 13 ou 14 anos travamos o nosso primeiro contato. Morávamos no mesmo bairro, estudávamos na mesma escola e não nos conhecíamos. Foi quando eu tomei pau, ou seja, quando me transformei em repetente na 5ª série que descobri meu “vizinho distante”.
Assim que começamos a nos encontrar fora da escola, uma das cenas que mais me marcou neste início de amizade foi quando, numa tarde, entrei pela primeira vez no quarto do Ganso e me deparei com uma imagem e uma constatação maravilhosa: O Gansão era o feliz proprietário de uma fantástica coleção de carrinhos Matchbox e outra enorme coleção de Playmobil.
Pausa
Explicação técnica para minha filha: Jú, Playmobil é o que você conhece hoje por LEGO, só que muito mais legal.
Explicação técnica para o Felipe: Fefeu, Matchbox é o que você conhece hoje por Hot Wheels, só que muito, mas muito mais legal.
Fim da pausa

Que coisa mágica é esta de ter 12, 13,14 ou 15 anos. Mais uns quatro ou cinco anos estaríamos nos alistando no exército, porém, guardávamos no castelo de nosso quarto, as riquezas de nossa infância – carrinhos, bonecos, jogos de botão e de tabuleiro, canetinhas Sylvapen e mais um monte de badulaques, que anos mais tarde iríamos morrer de saudade.
Pois bem, voltando à imagem do quarto do Ganso, lembro também que, além ficar hipnotizado tanto com a coleção, quanto com o cuidado que o tesouro era guardado, me senti aliviado porque também no meu castelo existiam tesouros parecidos com os dele. No meu quarto moravam um ou dois bonecos do Falcon, espadas de plástico e mais um monte de cacarecos infantis que resistiram ao tempo e estavam ali ocupando espaço sem se incomodar com as minhas mudanças hormonais e os “desafinos” de voz do pseudo rapazinho que começava a ganhar espinhas, a usar desodorante e a ver crescer os primeiros cabelos embaixo do braço.

Ainda com estas riquezas dividindo espaço no quarto iniciamos a fase de “curtir um som”. Foi quando descobrimos os Beatles e aos poucos fomos esquecendo dos brinquedos e coleções antigas...
Que a imagem que ilustra este post me faça lembrar sempre das boas fases da vida, deste rito de passagem da infância para a adolescência, que mistura playmobil com beatles, coloca até tudo junto e, de alguma maneira, por não nos desixar esquecer, nos deixa pra sempre meninos!!!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

BIG GOOSE!!!!


Bate uma saudade do tamanho do mar quando lembro:

De como éramos invencíveis
De como curávamos uma fossa escutando Beatles
De como celebrávamos a vida escutando Beatles
Da quantidade de quilômetros que andávamos a pé
Das viagens de ‘magrela’ até a rua XV para comprar discos
Das caminhadas sóbrias até algum barzinho
Da volta cambaleante cortando a neblina que baixava na 9 de julho
Das camisas de flanela xadrez
Das botas Laramie
Das confidências sobre amores platônicos
Da lista gigantesca de garotas inatingíveis
Dos ensaios barulhentos da maior banda de toda a São José...a nossa banda
Da sua primeira guitarra
Da minha primeira bateria
Da gargalhadas incontroláveis
Das madrugadas jogando War
Do primeiro encontro com um vídeo cassete para assistir Stones
Do seqüestro do carro do seu pai
Das sessões de fotos durante as férias em São José
Das inúmeras vezes que tentamos escolher o nome da banda
Da escolha das músicas para tocar no programa de rádio no ITA
Da vergonha em falar de namoro
Da viagem para Piuma
Do seu humor fino e cortante
Da sua inteligência
Dos finais de noite em que o único cigarro que restava era o seu Benson & Hedges mentolado (argggggggggh!!!)
Do meu primeiro contato com um CD
De dividir a sala de sua casa com a “dócil” Samantha.
Das visitas a sua casa para “garfar” uns discos mesmo quando você não estava
De sentir a falta de alguns discos e saber que você já havia “invadido” minha casa e surrupiado outros tantos.
De ter você sentado à mesa no lugar do velho Pasqua quando ele estava no hospital
De saber que era só colocar o lanche na mesa que você “adivinhava” e chegava para comer uns biscoitos de queijo.
De mais um tanto de coisas que estão comigo até hoje e deixam “sua ausência fazendo silêncio em todo lugar”

Gansão, fico imaginando você aqui e agora neste mundão globalizado. Internet, donwloads, Mp3, emails. Sinto sua falta, você bem que poderia ainda estar por aqui envelhecendo e gargalhando junto com a gente.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sem Censura




Nos últimos dias me peguei cometendo um erro imperdoável, praticamente uma quebra de contrato. Só hoje me dei conta de que estava (in)conscientemente filtrando, censurando, escolhendo o que deveria entrar ou não no Almoxarifado.
Uma atitude fora de propósito que derruba o principal objetivo deste meu lugar, que por definição, não deve e nem pode ser manipulado pela pessoa que é paga, e muito bem paga, para organizar as caixas deste espaço mágico, ou seja, EU.

Reconheci o erro depois que me percebi feliz, porém “podando” a vontade de escrever sobre ‘esta tal felicidade”, só porque achei óbvio e bobo registrar este estado de espírito. Oras Bolas!! Vá pentear macacos Almoxarife!!!!


Hoje, me declarei feliz.......
Inverti a ordem, baguncei o coreto
Fiz ao contrário e desatei o nó da garganta
Não segurei, falei... sem medo e sem culpa
Disse que amo
Disse que sim
Disse “eu também”

Hoje, me declarei sem vergonha
Organizei as idéias, arrumei a casa
Fiz do jeito certo, e fiquei de peito aberto
Não quis perder a chance
Não quis perder tempo
Não quis ficar devendo

Hoje me declarei calmo e tranqüilo
Desobedeci às ordens e atentei contra o pudor
Fiz o esperado e como isso me fez bem

Hoje me declarei maior de idade,
Com idade suficiente para me condenar a cumprir pena ao seu lado.
Prisão Perpétua......para todo o sempre, Amém

É isso!! Um texto sem censura prévia, sem revisão e sem auto-crítica, uma bela maneira para nunca mais cometer o pecado da empáfia e da vaidade neste ALMOXARIFADO.

domingo, 19 de abril de 2009

Impressões Mágicas

Peço licença para ser atrevido
Mas o fato é que, nestes últimos anos,
Nada de novo aconteceu
Nenhuma música me emocionou
Nada de verdadeiro apareceu

Mas, debaixo de uma tenda de circo
Um poeta trovador rodopiou suas fitas na cintura
Dedilhou acordes, falou do passado, do presente e do destino
Amplificou versos e palavras
Poetizou o amor como um repentista nordestino

Um palhaço cantante que hipnotizou minha retina
Uma música que batizou e acordou o menino
Um moleque, sem eira nem beira, atrás de um abraço nos braços de sua menina

No palco, o trovador rezava mais uma prece de amor
Enquanto alguém carinhava as cordas do violino
E, ao contrário de todo o fim, nada foi triste e nem tampouco trágico
Todos sairam melhores do que entraram
Abençoados, extasiados e inebriados com se fizessem parte de um eterno teatro mágico

Peço licença para ser verdadeiro
Mas o fato é que nestes últimos anos,
Nada foi tão atrevido
Nenhuma canção foi tão verdadeira
Do tipo que emociona e fica pra vida inteira

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pizzoferrato

querência
• sf (cast querencia) Reg (Sul)
Lugar onde um animal nasceu e se criou, ou onde se acostumou a viver, e ao qual procura sempre voltar quando afastado. Por extensão, usa-se com referência a pessoas, sendo, neste caso, sinônimo de pagos.
Amor, paixão. Var: querença.

A definição de querência, este regionalismo gaúcho, está nos dicionários. Mas, como explicar esta minha vontade de "voltar" a um lugar que eu nunca estive antes?
A atração por Pizzoferrato, terra dos meus avós Fabiano e Domenica e de meus tios Donato, Quintina e Adamo, é inexplicável, mas vem ficando mais forte a cada ano. Talvez, seja porque meu pai tenha sido o primeiro dos oito irmãos a nascer no Brasil, e apenas me contou o pouco que sabia sobre este vilarejo "só de ouvir falar". Outra razão é a eterna busca por nossas raízes que, com o passar dos anos fica cada vez mais acentuada. O fato é que algo me puxa para Pizzoferrato, este simpático vilarejo italiano, com impressionantes 1.200 habitantes que moram a 1.300 metros de altitude (bem parecido com Campos do Jordão, cidade escolhida pelos Fiorentini Pasquarelli no Brasil).
Bom, mas se o encantamento pelo vilarejo misteriosamente já existia, ele só aumentou depois que comecei a buscar mais informações sobre a terra dos meus "ancestrais" paternos.
Eis um comentário de uma turista blogueira sobre Pizzoferrato:

"A placa na entrada da cidade diz que Pizzoferrato é uma localidade "cosmoteândrica". Segundo a doutrina do Cosmoteandrismo, todo ser tem uma dimensão de consciência, de liberdade e de materialidade. Assim, as três dimensões - humana, divina e cósmica - são inseparáveis. (!!!). Nosso passeio durou um dia só. Passeamos pelos bosques e montanhas e voltamos no final do dia, mas, a vontade de ficar mais tempo era enorme e podia ser justificado pela placa de boas vindas que "dizia" "Bem-vindo a Pizzoferrato, a cidade da paz, do amor e do sorriso"!

É, o mistério da querência que me faz querer voltar a um lugar onde nunca estive começa a fazer sentido!!

domingo, 12 de abril de 2009

Eu sou tio!!


Depois que ultrapassei a barreira dos 40 anos, uma situação para a qual me preparei, e que certamente irei vivenciar, é que, mais dia ou menos dia, serei chamado de "tio". Não que este "título" me incomode, na verdade, já estou sendo chamado de tio pelos amiguinhos da Júlia e do Felipe, e até que a sonoridade me agrada.
O que será difícil, mas não menos engraçado, é que em um futuro não tão distante, serei identificado e chamado de tio por alguém que não conheço. Fico imaginando a seguinte cena: eu entrando em uma loja e reclamando que o produto que comprei está com defeito e, nervoso e sentido a pressão arterial um pouco alterada, peço a troca imediata para um vendedor bem mais jovem do que eu. Depois de um diálogo quente e tenso recebo um novo aparelho e, com ar vitorioso, deixo a loja bufando. A conversa entre o vendedor e o gerente da loja, logicamente depois que eu deixar o estabelecimento, é o que mais me intriga. Tenho certeza que eles irão dizer:

- Cê viu? Que tiozinho nervoso!!
- O tio nem deixava a gente falar!!

Mas isso não importa porque foge ao meu controle. O calendário corre e escorre entre nossos dedos e ser identificado como "o tiozinho ranzinza" será inevitável, mas o que vale a pena é você se sentir tio.
Isso mesmo, eu, como filho único sempre brinquei que nunca teria um "sobrinho de verdade", filho de um irmão, sangue do sangue, alguém para constar em uma bela e frondosa árvore familiar.
Mas o fato é que de uns quatro ou cinco meses pra cá, fui agraciado por um anjinho de pele clara que atende pelo nome de Pedro e, desde então, me sinto um verdadeiro TIO.
É, com a chegada do Pedro, eu me senti um autêntico titio, um babão com direito a sentir saudades e dar uma passadinha na casa do Marquinhos e da Patilu pra ver como anda o meu sobrinho.
De um jeito calmo, sereno, com um olhar que parece sorrir e um rostinho muito lindo, o Pedro chegou com a mansidão dos bons e o sono (qto sono!!) dos justos. Chegou abençoando a vida da Patilu e do Marquinhos e chegou para provar que sempre temos que responder a pergunta: e por que não??
Que o Pedro seja forte como o significado que seu nome encerra, que tenha a disciplina do pai e a coragem da mãe. Que seja zeloso como a Vovó Nilza e justo como o Vovô Beto. Que tenha os olhos e ouvidos atentos as mudanças do mundo como a Vovó Sheila e seja leal como o Vovô Ronaldo.......enfim, que traga em seus genes todas as virtudes das duas famílias, mas que principalmente, no tempo certo,aprenda a falar para me chamar a qualquer hora e sempre que precisar de Tio Biju.

Que todos os anjos te cubram de bençãos, meu sobrinho.

sábado, 11 de abril de 2009

Santo Remédio III

Difícil resistir....só mais uma das caras antes de terminar o dia.

Remédio Santo

Olha só como são as "cousas da vida". Havia acabado de atualizar o Almoxarifado com dois posts bem humorados que me ajudaram a amenizar o "bode" e, eis que recebo um vídeo perfeito - texto, música e imagem. Apaixonar-se é um remédio santo para todos os males do corpo e da alma, porém, não tome em doses homeopáticas, ao contrário, sirva-se à vontade. Mesmo que a sua paixão esteja longe, sei lá onde, tipo num lugar altamente improvável como...como Quixeramobim ou São Bernardo do Campo, por exemplo.
Apaixone-se sempre!!!

Santo Remédio II

Amanhã é domingo de Páscoa! Todos temos bons motivos para celebrar, brincar de esconder os ovos e tentar capturar o coelinho, porém, domingo é sempre domingo!! Então, é bom garantir a sanidade e o bom humor com mais um ótimo vídeo destes caras geniais.

Santo Remédio I

Contra a preguiça mal humorada de um final de semana sem muitas perspectivas só existe um santo remédio: O BOM HUMOR.


Corujices Musicais I

Uma das minhas corujices em relação a dupla Júlia e Felipe é que, graças aos deuses, os dois são extremamente musicais. Vira e mexe estão cantando e inventando letras. Gostam de boa música e música boa. O Felipe está sempre cantarolando alguma coisa enquanto brinca com seus power rangers e seus pokemons. A Júlia, bom, a Júlia curte de Beatles à Nando Reis, de AC/DC à um bom blues e, pra completar, tem um senso estético e uma atenção pra certos detalhes que me deixam babando de feliciadade.
Foi ela que me apresentou este vídeo com o seguinte comentário: "Olha, o clipe não tem nenhum corte. Tudo é feito de uma vez só, deve ter sido muito bem ensaiado......." Cheguei mais perto e assisti ao clipe. Adorei, muito bem sacado, criativo. Um roquinho juvenil com umas guitarras distorcidas, mas o mais legal foi o toque da Júlia sobre o estillo de filmagem.......sem cortes, tudo acontece ao mesmo tempo em que a cantora anda por uma rua, e olha que tem gente pra dedéu no clipe......."mó legal", como disse a Júlia. Legal mesmo Jú!!! Em tempo, o vídeo é de uma menininha americana Miley Cyrus, estrela do seriado Hannah Montana, que sempre assisto com a Ju e o Fê e que, é mó legal também!!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O que o tênis quer de mim??





Há seis meses comecei a ter aulas de tênis. Quem me conhece sabe que sou atleta de televisão, portanto entrar numa quadra é um tipo de coisa impensável e fora de propósito. Porém, a insistência do Enio e alguns resultados malucos de um hemograma me fizeram ceder e tentar amenizar um sedentarismo total e absoluto.

Bastaram algumas aulas para que o monstro da preguiça e da falta de jeito desse lugar a inclusão de uma nova rotina na minha vida.

O calendário corria e lá estava eu toda terça e toda quinta-feira, pronto para mais uma aulinha. Bom, com o tempo, mesmo totalmente desengonçado, o Cassiano, o professor, reservava os últimos 15 minutos da aula para uma disputa de games, este mini jogo é o grande momento da aula e é também a hora em que me pergunto... O que o Tênis quer comigo?

No momento deste mini-jogo acontecem coisas inimagináveis. Você está sozinho de um lado da quadra que parece ter dobrado de tamanho e então fica bem claro que a única coisa que aprendi neste esporte é que o tênis não admite meio termo e não pode ser usado para extravasar angústias e dúvidas. Este esporte solitário e egoísta não aceita ser muleta para suas aflições.
Já tive dias "pesados" no trabalho, cheio de problemas e pensei "Tudo bem, hoje é dia de aula e vou exorcizar os problemas na quadra"...engano gigante, deu tudo errado...erros bobos e frustrações.

Em um outro momento, animado e inspirado por um dia feliz ou uma noite perfeita pensava "nada vai me segurar hoje, tô me sentindo bem". Fazia uma aula ótima o que reforçava minhas expectativas, mas na hora do jogo.......tudo ia por água abaixo.......tudo errado, mais erros, mais vacilos.

E assim segue, dias normais sem problemas ou nada de especial para comemorar ou relembrar. Nada feito, tudo errado de novo na hora do jogo.

Essa maluquice de tentar se entender usando um esporte é frustrante, mas ao mesmo tempo , é o que me instiga a continuar. Muitos falam que por não ser um esporte coletivo, o tênis requer muito controle mental...e físico. Pra mim é um pouco mais, vc tem que vencer seus demônios interiores e ainda por cima jogar bem para vencer o seu adversário. Duas vitórias de uma vez!!??.

Quero descobrir o que o tênis quer mim...por que em questão de minutos eu acerto e no instante seguinte cometo erros grosseiros? A resposta não está ligada apenas por eu ser um iniciante que está há apenas seis meses praticando. Não é isso!! Quero continuar me frustando com o tênis porque está sendo saudável tentar descobrir onde eu erro comigo mesmo. Falta de foco, de concentração, falta de coragem, falta de falar ou de me declarar? Tô adorando ficar encanado por causa disso, principalmente porque não penso nestas frustrações apenas durante as aulas ou logo que elas acabam. As dores nos braços, joelhos, pernas não me deixam esquecer....e ficam gritando para eu não desistir de me conhecer mais e melhor. Acho que Freud jogava tênis!!


Foto: Fui clicado pela Júlia, fizemos uma super bagunça (as outras fotos estão hilárias e, logicamente muito bem guardadas hehehe)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Queria ser Kerouac



"(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos 'aaaaaaah!'

Dá pra imaginar o efeito deste texto do livro "On the Road", de Jack Kerouac, num cara que mal havia completado 20 anos, pronto para morar sozinho em São Paulo? Lembro que devorei o livro e me apaixonei pelo estilo de vida, de escrita do Jack Kerouac. Estava decidido eu queria ser o Kerouac, eu queria ser um beatnik.
Queria voltar no tempo e passar a viver nos anos 50 porque nesta época a escrita ganhou som, fúria e movimento nas mãos ligeiras de jovens escritores que decidiram encarar o conservadorismo americanoe instaurar uma nova maneira de enfrentar o mundo. Essa geração, que passaria a ser reconhecida como “beat”, protagonizou uma reformulação em termos de comportamento.
Queria fazer como ele fez botar o pé na estrada e relatar, viver, correr, beijar, acordar de ressaca, fazer amor, escrever e chorar. Kerouac fez isso ao lado de seu amigo Neil Cassidy. Os dois viajaram por sete anos percorrendo a rota 66, que cruza os EUA na direção leste-oeste, com descidas freqüentes ao México. Saíram de Nova York e cruzaram o país em direção a São Francisco. Mas isso foi há muito tempo....

Hoje, maluco por alimentar o meu Almoxarifado tento encontrar algumas coisas que escrevi lá atrás. Para meu desespero só achei um texto até agora. Não sei definir qual o seu estilo, só sei que escrevi na época que, sem vergonha e sem nehuma censura ou preconceito queria romanticamente e ingenuamente ser Kerouac........ segue o texto resgatado, que deve ter sido escrito em 1984.
Alívio Vermelho
Sair vagando, pisando minha solidão noturna sobre o asfalto molhado
Carros, buzinas, neons, pessoas. PÂNICO!
Alerta Vermelho

Correr para algum lugar desesperadamente
Uma brisa no rosto, destino, coração acelerado. PARAR!
Sinal Vermelho

Envolver o meu mundo no teu universo
Alertas, sinais e olhares. TUA BOCA!
Alívio Vermelho

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Carpe Diem I

Gosto deste vídeo. Gosto quando as coisas boas acontecem sem poses, sem ensaios, sem agendas ou obrigatoriedades...diversão no sentido mais simples da palavra. Tudo bem que os caras do Van Halen estavam em um estúdio de gravação fazendo o que eles mais gostam e sabem fazer... Rock and Roll.
Porém, a gravação de um disco (sou do tempo do disco, LP, vinil) traz a reboque uma série de pressões e agonias como expectativa de sucesso, guerra de egos, grana investida pela gravadora (que cedo ou tarde irá cobrar o retorno), o planejamento do novo show, a agenda da turnê, entrevistas coletivas, enfim um stress... e que muitas vezes tira o prazer de tocar, só por tocar!!
Repito, todos eles fazem o que gostam e são muito bem pagos por isso, mas quando tem a oportunidade de esquecer a pose e a pressão não perdem tempo.
Esse é o momento mágico deste vídeo...os caras dão um tempo na obrigação e nos horários e nos compromissos marqueteiros e tocam por puro prazer e divertimento um velho clássico do The Who.
Mágico....este é o segredo....dar um tempo!!! Ser genuíno, voltar as origens e celebrar, mesmo que seja por alguns minutos, alguns dias.....o que realmente lhe dá prazer. Taí, mais uma coisa que pede disciplina e organização para se conseguir.
Pra prestar atenção: o velho sorriso do Eddie Van Halen..........o cara tá sempre muito feliz de verdade, sem pose, sem afetações.

Enquanto eu respirar...

A canção atende pelo nome de "O Anjo mais Velho", da trupe O Teatro Mágico. Tive a sorte de receber este misto de canção/poema/celebração de presente, embrulhadinho, por email, numa sexta feira pela manhã..

Se coubesse uma conjugação verbal seria um presente mais do que perfeito! De uma sensibilidade que só as pessoas sinceras e carismáticas. A união de uma letra perfeita e de uma bela melodia me fez desabar num choro revigorante. Aliás, a razão do Almoxarifado existir está nas entrelinhas desta canção, porque ...

Enquanto houver você do outro lado

Aqui do outro eu consigo me orientar

A cena repete a cena se inverte

Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

terça-feira, 7 de abril de 2009

A Voz do Almoxarife





Começo a escrever neste blog e a única palavra que eu tenho em mente é "organização". Não sou e nunca fui um cara organizado, na verdade, uma vez me disseram que por trás desta pseudo conformidade, que muitos encaram como uma faceta cômica e desncanada, o que existe mesmo é um sofrimento imenso.

Falta disciplina para quem é desorganizado.

Não guardo datas de aniversário, começo coisas que não termino, não tenho hora pra dormir, deixo muita coisa pra depois, não telefono para os amigos distantes, não paro de fumar, não venço a preguiça, não lembro onde deixei as chaves do carro, estou sempre um pouco atrasado e muito ansioso.

Mas, a principal idéia deste blog é outra...Este blog será o meu almoxarifado, o meu lugar, onde pretendo organizar (??) e guardar para sempre o meu querer bem. Todos, tudo, qualquer coisa que me fez e me faz bem terá lugar neste espaço e, como todo bom almoxarifado poucas pessoas terão acesso, serão convidadas aos poucos, assim que as "caixas" estiverem organizadas.

Música, amigos, compadres, textos, imagens, vídeos, filhos, pais, amores, paixões tudo o que sempre quis falar sobre estes assuntos vão ficar guardados pra sempre. Isto porque, entre as várias coisas que a minha indisciplina me faz sofrer, a pior delas é nunca poder aproveitar as oportunidades de falar, de declarar, de discordar, de mostrar, de dividir, de beijar, de chorar, de multiplicar tudo o que sinto, percebo e vivo.

O Almoxarifado foi construído de sopetão....De repente, há um mês, me peguei escrevendo verdades que estava sentindo e continuo vivendo até agora.

Há uns 15 anos não escrevia pra mim. Sempre gostei de brincar de escrever de me expressar, estou longe, muito longe de me considerar proprietário de um bom texto (apenas reúno palavras), mas o fato é que como um raio atinge um lugar uma única vez, não posso perder mais esta oportunidade de vasculhar, arrumar e ter sempre um almoxarifado para eu me encontrar com a minha história e com as histórias que me fizeram uma cara desorganizadamente e indisciplinadamente feliz.