quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dói sentado e fisga em pé



Minha coluna dói. Movimentos automáticos e banais precisam, agora, ser calculados, imaginados, ensaiados. Não dá pra sair debruçando para encher a boca d’água para bochechar depois de escovar os dentes, colocar o telefone encaixado entre a orelha e o ombro para escrever algum recado...nem pensar! Uma dor aguda e rápida invade as costas e tem ligação direta com a boca, que solta um gemido rouco e insano.
Minha coluna dói. Minha tardia e promissora carreira no tênis foi interrompida por dois meses. Protusão nas vértebras C5 e C6, coisa séria que acabou com a empolgação das raquetes, bolinhas, cordas, saques e voleios.
Minha coluna começou a melhorar. Sessões de fisioterapia e aulas de pilates me animaram e fizeram eu me esquecer de pensar na dor antes de me levantar. Comecei a me imaginar engatando uma ré no carro e podendo olhar para trás para fazer a manobra.
Anunciei minha volta as quadras, recebi até um telefonema de boa sorte minutos antes da aula começar. Voltei a fazer planos de disputar um campeonato na categoria para senhores com mais de 60 anos. Depois de dois meses parado e apenas três aulas...dor!!
Há uma semana, minha coluna voltou a doer. No prosaico ato de lavar a louça do café da manhã, num frio domingo pela manhã, me abaixei para levantar a tampa do lixo e travei em posição de “L”. Uma fisgada, que deixou meu andar manco e igual a de uma gestante que caminha com as mãos nas ancas.
Minha coluna dói. Desta vez é mais embaixo. A C5 e a C6 parecem estar boas, mas lá embaixo tudo dói. Não sei o número das vértebras, mas dói sentado, fisga em pé, incomoda deitado e tira o humor em qualquer posição.
Anos de sedentarismo iriam cobrar juros em algum momento e a minha coluna dói pra me lembrar que minha conta irá ficar no vermelho por mais algum tempo.

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