sábado, 11 de julho de 2009

Invisível


Parou, mas não acabou...
Mas, e o sentimento vazio e a ressaca sóbria?
E o que eu faço com as risadas, com as histórias que inventei, com o que senti, com as inspirações que jorravam a todo momento?
Não faço nada!
Não há o que fazer, apenas vou levar comigo o peso do corpo, o bailado das mãos, a estrada noturna, o canto secreto, os poemas, a dança de um violinista, o choro de alegria, os meses, os dias, as manhãs, as noites, o gosto da catuaba, o doce do sonho de valsa, os apelidos, as coincidências, o exército de anjos protetores, as fotos de infância, as letras inspiradas, o cabelo, os olhos, o esmalte, os brincos.
Levo também, pra nunca mais esquecer, a angústia, o medo, a busca de um momento perfeito que nunca chegou e, me fez ficar esperando, esperando, esperando até que parou....parou, mas não acabou.
Levo a lição, a imagem e a coragem de ter feito coisas que nunca fiz.
Levo o prazer de ter me percebido feliz.
Levo a certeza de que, a qualquer momento, em que eu tocar cada uma destas lembranças serei tatuado.
E se o delírio tiver uma cor, minha pele será marcada com os tons deste nobre sentimento.
Deixo ainda outra certeza.....esta foi e será a minha única tatuagem, uma marca invisível, que só eu sei onde está.

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